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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marley e Eu




Algum tempo atrás, terminei a leitura de A Cabana, e fique imaginando quanto tempo iria demorar em que eu me apaixonasse por um livro novamente. A Cabana, me fez viajar dentro de meu mais profundo intimo, fez com que meus sentimentos se aflorassem com uma potência indescritível. Por estes e outros vários motivos, pensei que jamais sentiria algo extraordinário com outro livro.
Foi então que decidi comprar o livro Marley & EU, o filme eu já havia assistido, depois de aceitar a indicação de um dono de Restaurante e pessoa muito gente boa, que temos aqui em minha terra natal Suzano.
Ao começar a ler o livro, tudo muito mais que normal. Um casal recém casado que decide adquirir um cachorro, como forma de criar a responsabilidade de criar alguém responsável deles, para que pudessem ter a certeza que conseguiram ter um filho.
Mas este belo cão chamado Marley, foi muito além de que um simples cão. Ele mostrou a essa família o que é lealdade, o que é amizade. Um Peludo Amarelo, da Raça Lavradora, aparentemente um retardado, um incorrigível cão mal educado. Mas não queridos, ele na verdade é simplesmente amante da vida. Viveu intensamente até que uma doença o tirasse a vida. A Lealdade dele para com seus donos que realmente me fez viajar.
Suas brincadeiras relatadas no livro me fizeram rir e muito, mas sua lealdade me tocou profundamente.
Até o ultimo momento de sua longa vida, ali ao lado de seu dono e sua esposa, e seus filhos. Leal, amigo, justo, amoroso e sempre, sempre disposto a brincar, a estar perto. Qualquer momento para este cachorro, junto a sua família, era algo para se aproveitar ao máximo. Estar só para ele, é como se estivesse em uma prisão. Lealdade essa, que dificilmente encontramos no ser humano.
Dormia sempre aos pés de seu dono, estava sempre presente em qualquer lugar da casa, em que seu Dono estivesse. Chegou inclusive a tomar uma bela chuva de raios, por acompanhar aquele ser humano teimoso, que insistia em arar o quintal, sendo que não tinha condições de fazer.
Marley me fez lembrar meus cachorros mais lindos, que até hoje ao escrever, falar, lembrar, me deixa com lágrimas aos olhos.
Este texto nem tem como ideal, fazer com que vocês comprem o livro ou leia o mesmo. E sim entendam que nós humanos é que somos os verdadeiros irracionais da história. Segue agora um pouco da história de meus amados cachorros, que jamais me esquecerei de cada um deles. Já perdi colegas, que não chorei alguns que pouco me lembro de sua existência, mas incrivelmente não me sai da memória estes nomes e suas peripécias pela felicidade.
Bruna – Cachorra linda. Não me lembro a raça, por ser muito novo na época. Mas não me esqueço de seu pelo cumprido, preto e branco. Uma cachorra extremamente educada, tudo que a mandávamos fazia, sem jamais ter sido adestrada. Tenho até hoje uma pequena marca em meu rosto, por ter tentado retirar seu pequeno pedaço de carne que havia roubado do lixo, de sua boca. A tamanha lealdade desta cachorra, mesmo sendo reprimida por mim, fez com que apenas 1 ponto fosse necessário para estancar meu sangue. Apenas uma agulhada. Ela nem chegou a morder, apenas encostou.
Tuti – Pastor alemão lindo. Seu rabo mais parecia um chicote. Uma força dos infernos. Sua marca registrada era o alto vigor físico, sua fome inconfundível, e sua lealdade impar para com minha irmã. Mordeu 2 meninos da vila, porque eles adoravam passar no portão batendo pedaços de pau, ferro, fosse o que pudesse usar para irritá-lo. Um deles, ele mordeu simplesmente em 4 lugares diferentes em uma única vez. E apenas parou para quando ouviu a voz de minha irmã. Deixou-nos por envenenamento. No dia em que realmente foi embora, choveu como nunca vi na minha vida. Já vi chuvas muito mais fortes, mas aquele dia estava tudo muito horrível. A chuva parecia cinza, o céu obscuro como nunca vi até hoje. Ele sofreu, gemeu e somente quando minha irmã chegou do serviço para almoçar, que ele se foi, após conversar por mais de 1/2 hora com ela. Ela ali, falando tudo que sentia por ele, pedindo desculpas, e após dizer o quanto o amava, ele se engasgou com sabe-se lá o que, e nos deixou com lembranças inesquecíveis.
Naomy – Outra bela pastora, misturada com vira-lata, com nome de japonês. Essa durou mais que qualquer outro cão que tivemos em casa. Maravilha mesmo. A mais dócil de todos os cachorros que já tivemos. Uma verdadeira princesa, com educação que não vi em nenhum humano até hoje. Latia somente em estado de alerta, nos defendia com o que fosse necessário, ao nosso sinal atacava qualquer coisa, ou qualquer um que mandássemos. Adorava brincar de futebol, talvez o melhor goleiro que já vi em minha vida, um reflexo incrível, sem medo, poderia se machucar com a força de nossos chutes, mas não parava. Sua alegria é que estivéssemos ali, brincando, dando atenção a ela, rindo de suas presepadas. Qualquer coisa que pedíamos para ela devolver em nossas mãos, ela fazia. Seu segundo prazer? Deitar ao nossos pés, em qualquer lugar, somente pelo prazer de ficar ali. Zelou por mim em muitos momentos pelos quais meus pais não pudessem estar por perto. Fantástica cadela, como sempre a chamei. Minha Ronalda (pois na época Ronaldo era o goleiro do timão). Saudades serão eternas. Esse não direi nada sobre sua partida, pois jamais conseguiremos entender o porque ela nos deixou de uma forma que nos doeu muito, uma doença que veio com muita força, e que chocou-nos e muito.
E agora segue um trecho do livro que separei para mostrar a vocês, e peço desculpas por um texto tão longo, mas este livro e a lealdade nos animais mereciam.
“Nunca ninguém disse que ele era um grande cachorro, ou mesmo um bom cachorro. Ele era tão selvagem quanto uma banshee irlandesa e tão forte quanto um touro. Ele atravessara a vida alegremente com um gosto mais freqüentemente associado aos desastres naturais. Ele foi o único cão que conheci que foi expulso da escola de adestramento”. Marley mastigava almofadas, destruía telas, babava e revirava latas de lixo. “Quanto à sua mente, vamos apenas dizer que ele perseguiu se rabo até o dia em que morreu aparentemente convencido de que estava a ponto de realizar um grande feito canino”. Ele não era só isso, no entanto, e descrevi sua intuição e empatia, sua delicadeza com crianças, seu coração puro.....Uma pessoa pode aprender muito com um cão, mesmo com um cão maluco como o nosso. “Marley me ensinou a viver cada dia com alegria e exuberância desenfreadas..”
Marley & Eu – A vida e o Amor ao Lado do pior Cão do Mundo – John Grogan –Ediouro.
Aloha

Rafael R. Bueno ( E desculpem o texto super longo) Mas eles merecem.


3 comentários:

  1. Fico mais do que feliz por ler essa merecida homenagem que você fez aqui para nossos fieis companheiros peludos. Temos sempre muito que aprender com a espécie deles sobre o que é devoção, lealdade e respeito ao próximo. Nesses 5 anos que tenho a honra de conviver com meu filhotão tão doidinho como o Marley, posso afirmar que aprendi a ser uma pessoa melhor, nós humanos ainda temos muito que evoluir, muito que aprender com eles. Já ri muito com as loucuras que meu molequinho Pastel já aprontou, coisas básicas como comer sabonetes, lâmpadas de árvores de natal, dicionário de inglês, plantas e mais plantas, tapetes, almofadas, fio de eletrodomésticos, e de quebra, pra afiar os dentes, a borda dos móveis da cozinha, heheh. Ao mesmo tempo, cada vez que saio para uma cãominhada com o Tetel, ouvindo uma musiquinha, na verdade temos uma terapia de relaxamento, pela troca de energia positiva que emana a cada passo. Finalizo com um clichê mais do que inevitável: CACHORRO É TUDO DE BOM!!!

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  2. Lindo e emocionante texto, Rafael.
    Também compartilho da dor de perder um membro de 4 patas da família..

    Serão indeléveis da nossa memória..

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  3. Assisti o filme e gostei muito também. Agradeço o gentil comentário que me deixastes. Espero a tua visita mais vezes.Beijo

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